Primeiros socorros para cuidar das crianças

 In FHGV, Notícias, SAMU Sapucaia do Sul

Uma aula onde ninguém desviou a atenção. Assim foi o treinamento ministrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a professores, atendentes e funcionários de três escolas de educação infantil de Sapucaia do Sul. A iniciativa busca garantir ambientes escolares mais seguros com a correta prestação dos primeiros socorros em caso de acidentes e eventos adversos envolvendo menores.

Aproximadamente 150 colaboradores estiveram presentes para a capacitação, que foi desenvolvida pela coordenadora do Samu, Letícia Medeiros Santomé, e pelo enfermeiro socorrista Gilnei Veloso da Silva. Traumatismo, fratura, parada cardiorrespiratória, descarga elétrica, sangramentos, engasgos e queimaduras foram situações abordadas com a respectiva técnica para um primeiro socorro.

“Sempre que acontecer um acidente e você precisar do Samu, informe a cidade e o local exato para que a equipe seja deslocada com maior rapidez”, aconselhou o enfermeiro. Segundo ele, a descrição fiel do fato também permite um atendimento mais apropriado, inclusive com a presença de um médico:
– Temos suporte básico e avançado, que é encaminhado conforme a gravidade do evento, completou Silva.

Para Letícia, repassar esse tipo de conhecimento em um ambiente de tranquilidade é o mais recomendado. “O Samu é chamado sempre em momentos de crise e tensão, quando ninguém absorve qualquer técnica”, disse. Segundo ela, a instrução de primeiros socorros precisa chegar às pessoas, tanto na escola como em casa, pois quanto maior for o conhecimento, maior será a chance de salvamento.

Equipe Samu simula atendimento para engasgo

Fatos e relatos
Vários participantes fizeram questão de compartilhar exemplos de situações em que precisaram agir para socorrer alguém. Marizete de Freitas Knopka, professora na Escola Municipal de Ensino Infantil Hugo Gerdau, relatou o episódio em que o filho se engasgou com um pedaço de carne e a importância de saber como lidar. “Esse tipo de treinamento nos capacita para administrarmos uma crise e até salvarmos vidas”, ressaltou ela.

A coordenadora do Samu, por sua vez, lembrou do episódio em que o filho, ainda bebê, se engasgou. “Tenho 10 anos de experiência no serviço, ainda assim precisei de muita calma para fazer as manobras necessárias e depois levá-lo ao hospital”, exemplificou Letícia, enfatizando que qualquer pessoa pode ajudar em se tratando de primeiros socorros:
– Quem não consegue ver sangue, por exemplo, pode ser líder para organizar um ambiente de tumulto, completou.

Lucas, o inspirador

Desde 2019, todas as escolas do Brasil devem ter professores e colaboradores capacitados em primeiros socorros. A obrigatoriedade foi estabelecida após a aprovação da Lei 13.722, chamada Lei Lucas, que dispõe sobre esse treinamento nos estabelecimentos de ensino básico e infantil. O conteúdo deve ser adaptado às necessidades do ambiente escolar, usando exemplos do dia a dia.

A lei ganhou esse nome em homenagem ao menino Lucas Begalli, que morreu engasgado aos 10 anos, durante uma excursão escolar, em São Paulo. As professoras que acompanhavam os alunos não sabiam como agir e não conseguiram salvar a vida do garoto. A dor da tragédia levou a família de Lucas a lutar para proteger outras crianças desse risco. O esforço foi recompensado com a aprovação da lei no Congresso Nacional, em 2018.

Agradecimento aos instrutores do Samu

Texto e fotos: Rogério Carbonera – MTB 7686 / Comunicação FHGV

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