Abaixo o preconceito! Adiante a vida!

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Um homem morre a cada 38 minutos no Brasil. E ele é vítima de câncer de próstata. Conscientizar, diagnosticar, tratar e curar são os verbos e a ordem correta da conjugação para aumentar os minutos, ampliar a vida e derrotar a doença. Ainda envolto em preconceitos, o exame de toque afasta os homens das consultas com o médico urologista, atrasando o tratamento e diminuindo as chances de cura. O Novembro Azul veio exatamente para quebrar esses paradigmas.

“Todos os homens acima dos 50 anos devem fazer o exame de toque e o PSA (Antígeno Prostático Específico). Se tiver histórico familiar de câncer de próstata, a investigação deve começar aos 45 anos”, alerta o urologista da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), Luciano Ery Braz de Oliveira. Ele faz questão de frisar que o exame de toque é rápido, indolor e necessário. “Se descoberta de forma precoce, a doença tem mais de 80% de chances de cura”, destaca.

Esse é o caso do paciente Jesus Alvarin Navarro, de 73 anos, atendido pelo médico Luciano. “Ele me pediu uma biópsia, que confirmou câncer maligno, e recomendou a cirurgia o mais rápido possível”, relembra. Segundo o aposentado, os homens ficam muito preocupados por conta da questão sexual. “A vida não é só isso. Estar com a família e ter saúde é mais importante do que ficar impotente”, diz de forma conformada, antes de arrematar: “Quem gosta de viver, não pode ter preconceito.”

O administrador Marco Antonio Baldo, 71 anos, descobriu um câncer de próstata há mais de dez anos, durante exames de rotina. “Com o PSA alterado, precisei de exames complementares, que confirmaram a necessidade de cirurgia para retirada do tumor”, relata. Baldo, que em seis meses já tinha voltado à rotina de antes, constata que para os homens é desconfortável tratar do assunto. “Minha vida profissional, social, familiar e afetiva está totalmente normal”, comemora o atual diretor Administrativo e Financeiro da FHGV.

Nilton Bueno Tomaz, de 75 anos, deixou o preconceito de lado e está curado. “Em exames de rotina, há 10 anos, foram constatados alguns problemas e tive que fazer procedimentos que os homens não gostam de fazer”, recorda o aposentado. Depois, um tratamento de alguns meses o livrou da doença. “Hoje, faço apenas acompanhamento de seis em seis meses”, diz, ao mesmo tempo em que aconselha os homens a não terem preconceito. “Tenham coragem e façam os exames”, receita o ex-morador de Sapucaia do Sul, que hoje curte a vida na praia de Canasvieiras (SC).

Atenção!

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasisas malignas. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum. A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento e em estados onde o acesso da população aos médicos e às tecnologias diagnósticas são mais fáceis.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e até levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.

Texto e fotos: Rogério Carbonera – MTB 7686 / Comunicação FHGV

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