FHGV convoca representantes de sindicatos para reunião sobre Covid-19

 In CLISAM, FHGV, Hospital Municipal Getúlio Vargas, Hospital Tramandaí, Notícias, UPA Sapucaia

Por causa do coronavírus estão ocorrendo alterações nas unidades de saúde geridas pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) e adotados protocolos rigorosos de atuação dos profissionais em prol da segurança de pacientes, trabalhadores e prestadores de serviços. Para tratar do tema do Covid-19 e suas implicações com novas medidas, a Direção Executiva da Fundação convocou uma reunião extraordinária da Mesa de Negociação da FHGV, com os representantes dos sindicatos de trabalhadores na área de saúde, a qual foi realizada na manhã desta sexta-feira (20). Em pauta, as resoluções a partir das reuniões do Comitê da FHGV de Enfrentamento do Novo Coronavírus (Covid-19), e principalmente, a adoção da jornada de trabalho com carga horária 12×36 para algumas áreas do Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) e do Hospital Tramandaí.

Sapucaia do Sul não tem nenhum caso registrado de coronavírus, mas o prefeito Dr. Luis Rogério Link decretou situação de emergência. O governador Eduardo Leite decretou calamidade pública, pois o Rio Grande do Sul até o início desta tarde registra 41 casos confirmados para o Covid-19.

FHGV

O diretor-geral da FHGV Gilberto Barichello destacou que o comitê específico para tratar do Covid-19 é composto por profissionais multidisciplinares da área de saúde e área administrativa. O grupo se reúne todas as segundas, quartas e sextas-feiras e tomam decisões publicadas em resoluções. Barichello citou que entre as deliberações do Comitê estão o uso de contêineres na frente da Unidade de Pronto Atendimento de Sapucaia do Sul e do Ambulatório de Especialidades do HMGV. Já no Hospital Tramandaí, o gerente administrativo Luís Genaro Fígoli esclareceu que por decisão do Comitê será criado um centro de referência para atender pessoas com sintomas gripais. Esse local funcionará em prédio anexo ao lado do HT onde existia um antigo centro de eventos. “Estamos criando uma espécie de segunda emergência para evitar o acesso das pessoas com sintomas gripais pela emergência do HT”, reforçou Fígoli.

Outras decisões do Comitê da FHGV de Enfrentamento do Novo Coronavírus são a restrição de visitas que agora estão suspensas no HMGV e restrita no HT; o cancelamento de férias nos meses de abril e maio de todos os empregados; a aquisição de mais insumos como máscaras; o afastamento de trabalhadores acima de 60 anos; a suspensão das consultas no Ambulatório de Especialidades; e a suspensão de todas as cirurgias eletivas, entre outras.

“Fomos buscar em Santa Catarina um fornecedor de máscaras porque não há mais na região. Os contêineres evitam que as pessoas que possam estar com o coronavírus entrem no HMGV e na UPA, e os que estiverem com sintomas leves vão ser atendidos e encaminhados para isolamento social em casa porque no Hospital entrarão somente as pessoas em situações graves que precisem de respiradores. Estamos conversando com os trabalhadores para que eles sigam todos os protocolos e usem os equipamentos de proteção individual. Estamos na prática buscando a segurança clínica para assistidos, trabalhadores e fornecedores que prestam serviço no HMGV”, afirma o diretor-geral.

Barichello informou também que o HMGV está no processo de transformar a Unidade de Cuidados Intensivos em Unidade de Terapia Intensiva, o que depende do fornecimento de respiradores pelo Estado. “Na primeira reunião do Comitê suspendemos todas as cirurgias eletivas exceto aquelas que são de risco para o paciente porque o Estado está sem sangue e porque dessa forma segurarmos insumos para os momentos de pico do coronavírus. Intensificamos a limpeza, estamos fazendo contratações de profissionais de saúde e suspendemos os estagiários porque entram apenas no Hospital os casos de urgência e emergência. Na Clínica da Saúde da Mulher apenas estão sendo atendidas as gestantes de alto risco”, declarou.

O diretor de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas Alex Borba dos Santos reiterou que as medidas são para contribuir para maior segurança e redução de circulação no HMGV. “Já simplificamos o processo de integração dos últimos trabalhadores convocados e eliminamos o papel com atestados e declarações de rendimentos, que poderão ser enviadas por e-mail. Os trabalhadores acima de 60 anos vão ser dispensados a partir de segunda-feira (23).

Representantes de sindicatos

“Parabenizo a FHGV pela atitude porque nenhum outro hospital marcou com os sindicatos para tratar da situação que envolve o Covid-19”, destacou o tesoureiro do SindiSaúde-RS Arlindo Nelson Ritter. A assessora jurídica do Sindicato dos Técnicos, Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia Médica do Estado do Rio Grande do Sul (Sinttargs), Sandra Gorete Kochenberger, também aprovou a iniciativa da FHGV, ressaltando que em outros hospitais está sendo necessário cobrar ações dos gestores.

“Nós corremos atrás dos outros hospitais. Mas aqui é a FHGV que nos chama para tratar dos assuntos. Precisamos neste momento trabalhar em conjunto com a comunicação porque todos os gestores e profissionais de saúde precisam dar informações corretas e orientar a população”, frisou o presidente SindiSaúde Vale dos Sinos Andrei Rex.

Ritter questionou a respeito das trabalhadoras gestantes e o diretor de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas Alex Borba dos Santos esclareceu que nenhuma está atuando em local insalubre. Sandra cobrou acerca do serviço médico do trabalho. “Temos três médicos do trabalho que cobrem os todos os turnos no HMGV e a nossa orientação é priorizarem o atendimento aos colegas”, salientou Santos.

Rex sugeriu que a jornada 12×36 seja estendida para outras categorias como a rouparia, portaria, segurança e auxiliar de cozinha. A reunião contou ainda com as presenças do presidente do Sinttargs, Carlos Augusto Santos Dorneles; do diretor do interior do SindiSaúde RS Júlio Duarte; da advogada do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Jeniffer Vargas Real Martins, e da assessora política do Simers, Carolina Gargaro.

Recent Posts