FHGV presente no debate sobre os 30 anos do SUS

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Com o objetivo de debater a trajetória do Sistema Único de Saúde no Brasil, a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF) da Bahia organizou o Simpósio 30 Anos do SUS: O que deu e o que não deu certo. O evento ocorreu na quinta-feira (30), na Assembleia Legislativa baiana, e contou com palestra do ex-Ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Também estiveram presentes atores estratégicos do Governo do Estado da Bahia, do Poder Legislativo, de instituições nacionais e estaduais ligadas à saúde, da comunidade acadêmica e trabalhadores do SUS.

Segundo o diretor geral da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV) e presidente da Associação Nacional de Fundações Estatais de Saúde (Anfes), Juarez Verba, “é necessidade fundamental a mobilização de usuários, trabalhadores e gestores de saúde do Brasil em defesa do SUS”.

Em sua palestra, José Temporão falou sobre os obstáculos enfrentados pelo SUS desde a sua implantação. O ex-Ministro apontou a escassez de profissionais técnicos em áreas como planejamento e controle para operar o sistema como um dos quesitos. Também destacou a ausência de espaços para debater o assunto e o baixo grau de consciência política individual e coletiva em saúde.

“Todo mundo fala do SUS. A força política desse projeto está presente e se estamos vivendo um momento de ameaça não quer dizer que esse projeto será derrotado […]. Tivemos um crescimento expressivo na expansão do acesso e da cobertura do SUS à população, avanços nas áreas de pesquisa em saúde pública e coletiva, além da formação de profissionais”, frisou.

Reforçando que nem todos os aspectos avançaram ou regrediram 100%, Temporão destacou que é preciso desmistificar conceitos errôneos sobre o sistema a exemplo de que a sua utilização se destina apenas a pessoas em situação de pobreza, já que o programa foi constituído de forma a atingir toda a população.

Temporão também sintetizou alguns pontos positivos em que o Brasil conseguiu desenvolver o sistema ao longo dos últimos trinta anos: “Nós construímos muitas coisas: estruturas, prédios, saberes, práticas… Um exemplo é termos o melhor programa de humanização do mundo, mas que tem uma dimensão pouco percebida. Em um único dia o Brasil vacina dez milhões de crianças. O que está por trás disso? Tecnologia, estrutura, física, logística e experiência acumulada dentro de algumas décadas”.

Para o diretor da FESF-SUS, Carlos Alberto Trindade, será preciso unir forças com agentes políticos e com a sociedade para fortalecer o sistema e garantir avanços. “A nossa preocupação de trazer este debate foi de mostrar que o SUS está sob forte ameaça e os processos que vêm acontecendo no campo da política têm tido muita consequência negativa em relação aos desafios que a gente precisa enfrentar. A gente espera, de fato, que esse debate possa contribuir fortemente para isso”, afirmou.

(Com informações da assessoria de comunicação da FESF)

 

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